sábado, junho 16, 2007


Muito cuidado com o teflon


Almoço do dia de folga. Desejo? Ravioli. Supermercado? Gimenes.

Tudo pronto para umna bela massa da nona feita pelo nipote (neto).

A receita? Simples: abra com delicadeza o molho de tomate semi pronto e coloque-o na panela em fogo baixo. Enquanto isso, refoque 200 gramas de bacon, azeitonas, cebola, jogue uma mostardinha e uma pimentinha e quando tudo estiver beeeeeem frito, jogue o molho semi pronto.

Ufa! Viva a comida industrial, só minha avó tem paciencia de produzir molho fresquinho com tomates italianos cortados e batidos na hora.

Cozinhe o macarrão, o ravioli no caso, por 4 minutos para não virar grude, depois jogue-o no molho e pronto!

Agora vem a parte mais difícil: se servir!

Se servir parece fácil né? Mas segundo um cara fresco não é! Se a colher for de inox, uma coisa você tem que saber: MUITO CUIDADO COM O TEFLON!

Afinal, ele tem que durar, pelo menos na casa da família dele, mais uns dez anos!

Então, MUITO CUIDADO COM O TEFLON!

segunda-feira, junho 11, 2007


Dia dos caolhos do olho direito

Na maior parte dos lugares onde o dia dos namorados é comemorado, é comemorado em fevereiro no dia 14. A data que existe desde o século 19, foi introduzida no Brasil na década de cinqüenta adivinhem por quem? Por um publicitário, claro. Só podia ser.

João Doria, o publicitário, criou um slogan de apelo comercial que dizia: “não é só com beijos que se prova o amor”. É claro, sr. Doria! Uma bela prova de amor seria também um lindo Cross Fox na minha garagem, e de quebra um chocolatinho da Compenhagem pra dar uma adocicada no impacto e na emoção. Quem sabe um jantar no Coxilha dos Pampas, com um vinho fino e uma noite de amor do Savana também não cairiam nada mal, claro que vestida em um vestido de seda, também prova de amor, muito amor.


Diz-se que é provável que o dia 12 de junho tenha sido a data escolhida porque representa uma época pobre em festas comemorativas que alavanquem as vendas do comércio de presentes. A idéia funcionou tão bem para os comerciantes que, desde aquela época, o Brasil inteiro comemora anualmente a data.


Então aqui no Brasil é assim: lucrou virou feriado, virou data! Eu estranho ainda que não tenham inventado o dia dos caolhos do olho direito... o que é uma pena, visto que os caolhos do olho direito representam 0,5% da população brasileira. Como eles ficariam contentes em ter um dia só pra eles, e nesse dia as óticas lucrariam uma taxa per capita de 2,9%. Um slogan bacana seria: “Veja a vida com outros olhos”.


Bom, mas voltando ao que interessa e enquanto não inventam mais data legais, vale a pena dizer que João Doria tinha por trás do seu coração gelado de publicitário uma boa intenção. A de criar o equivalente brasileiro ao Valentine's Day - o Dia dos Namorados - comemorado nos Estados Unidos em fevereiro.
São Valentino foi um padre martirizado em Roma, no ano 270 d.C. A ligação de seu nome aos namorados deve-se ao fato de a data coincidir com o dia de um antigo Festival da Fertilidade. O evento, uma festa pagã, era realizado na Antiga Roma. Lá, dedicava-se o dia aos deuses Lupercus e Juno, protetores dos casais. A troca de presentes entre os namorados já era um hábito naquele tempo.


Muita ironia São Valentino, ser padre. Coitado! Pra quem ele dava presente nessa data? E pior: São Valentino já ganhou presente de alguém nesse dia?


O que eu acho é que graças a tecnologia, hoje se pôde constatar o óbvio: o dia dos namorados assim como o dia de muitos e muitas, foi criado diretamente para aumentar o ciclo do capitalismo já nos anos 50. Hoje, graças a João Doria, os shoppings estão em polvorosa, cobertos de corações vermelhos e tranqueiras vermelhas. Contudo, o respeito, a lealdade e por que não dizer o amor, ficaram esquecidos na gaveta de presentes antigos e não mais usados, porque amor não enche barriga e nem acrescenta a ostentação.


segunda-feira, junho 04, 2007


Óculos escuros, birita e backstage

O clima realmente estava propício. As nuvens cobriam inteiramente o céu tornando o dia uma manhã cinzenta, mas muito agradável. Mesmo com o tempo bem, mas bem nublado se notavam os milhares de óculos escuros escondendo os rostos feios que por ali passavam.
A temperatura fria não deixava a vodka subir à cabeça. Talvez também fossem os rostos feios, o deslocamento e a falta de beleza alheia. Vodka ali, vodka lá.
Ontem realmente descobri como eStar vip faz a diferença. Eu vivo esse conflito no momento: ao mesmo tempo em que eu amo o espaço vip, ou o odeio. Sim realmente as pessoas são mais bonitas. Mas sóbrias, não são as mais agradáveis. A disputa pela atenção é acirrada, bunda balançando, caras de batom sorrindo sem motivos, muitas etiquetas desfilando corpos moldados, e pouco conteúdo. Mas afinal, se eu quisesse mesmo conteúdo naquele momento, eu estaria ali?
Mas incrivelmente, naquele espaço vip, enquanto o dia ia embora, e a noite chegava, junto com ela chegou algo inexplicável. A birita já havia subido, e junto com alguns pingos de chuva, pingos de loucura abraçaram a geral. Parece que tudo e todos enlouqueceram ao mesmo tempo e uma loucura coletiva tornou pessoas distantes próximas, as próximas telepáticas e a verdade é que tudo foi uma mistura de sei lá o que com um pouco mais.
A noite, quando não havia mais luminosidade, e os batons não faziam mais a menor diferença, não havia “estrelismos”, cada um se destacava pelo o que era, e, todos se uniram em prol da loucura e da felicidade ácida.
A conclusão, é que naquela hora, naquele dia, naquele lugar a noite levou pra todos alguma coisa. Pra mim me fez pensar que nem tudo que reluz é ouro, no fim do arco íris não tem um pote cheio dele (de ouro), mas que ouro compra milhões de garrafas de vodka.
Enfim,alguma coisa faz sentido nessa vida?