JOVEM QUE É JOVEM
Divagando sobre o monte de idéias e sistemas comportamentais que a sociedade exige do jovem, eu estava pensando... hoje eu tenho
23 anos e ainda tenho meu pé na "porra louquisse", na causaria, no sentimento revolucionário de chamar a atenção.
A militante Patrícia Galvão, a Pagu, com a mesma idade que eu, era presa em 1933, como a
primeira mulher a ser presa no país por motivos políticos. Por que? Porque queria chamar a atenção em prol de uma causa ideológica.
Nessa atualidade, desfavorecida de apoio a qualquer tipo de
ideologias e num momento que o ser social deve amadurecer precocemente, é difícil contentar gregos e troianos quando se quer chamar a atenção.
Por um lado, é crítico e muito difícil chamar a atenção da juventude usando a
inteligência, já que a maioria dessa população não recebe orientação necessária para desenvolve-la de forma criativa. Ou seja, a educação e semeação da cultura por aqui, vai de mal a pior.
Por outro lado, diante da
sociedade conservadora, é complicado chamar a atencão com os recursos disponíveis por ela. Com o pouco de cultura que nos é oferecido, é preciso batalhar. E um pouco de vodka sem gelo, por favor. Entre um show "ingresso livre" e alguma dose de tequila as ideias fluem melhor...
É impossível revogar bom comportamento aos 23 anos, o auge da juventude; idade de militância, em que
é preciso chamar atenção. No entanto, esse círculo miúdo de incentivos, e diante de uma sociedade acomodada, meu exemplo serve para ilustrar milhares de outros jovens que, por falta de um incentivo maior, entregam suas batalhas em causas perecíveis.
Ainda, me resta - ou me sobra - que ao menos, por parte da minha família, incentivo intelectual não faltou. Mas e àqueles que nem com isso podem contar, pois permanecem imóveis dentro da sociedade, indo em frente, sem rumo... sem estímulos protestantes e voz ativa?
Uns com certeza, estão criando poemas e transformando em música... desenhando paredes, transformando em arte e outras formas de chamar atenção... Mas outros, estão se enraizando cada vez mais na ameaça dos desvios.
Álcool e drogas, alto índice de criminalidade entre jovens cada vez mais jovens. É tudo tão gritante que me assusta. A realidade é minha aliada.
Mas o fato é: jovem que jovem tem que chamar a atenção. Senão, já não jovem...
Alguém por favor, ajude-nos! (e encha meu copo com mais três dedos de vodka, por favor.)