sábado, março 26, 2011

Sobre a não correspondência


Alguns dizem que o ser humano é o único ser que tem a capacidade de amar. Discordo. Os cães também têm a capacidade amar, com uma qualidade ainda maior, eles amam e não sentem a necessidade de serem correspondidos. São puros.

Devido ao fato de, aí sim, sermos os únicos seres do planeta a termos inteligência, e, por conseqüência, pensar, ao amarmos, sentimos a extrema necessidade de sermos correspondidos. O que não deveria acontecer, porque o amor, em minha opinião, é um sentimento que deve ser dado sem a obtenção de recíproca. Amar é bom e faz bem.

Entre fatores, sabemos que, apesar de inteligentes, somos seres um tanto quanto egoístas. E por isso sentimos essa estranha, e também egoísta, sensação de precisão em correspondência. Mas sobre essa inteira verdade, que aflige corações de todos os tipos, sejam eles bons, amargos, tristes ou alegres, sabemos que é impossível não sofrer com a ausência dela.

Sim, nesse caso, nos tornamos escravos da angústia. E de um tipo de euforia nada boa. Perdemos a fome, ficamos vazios e sentimos, sobretudo, medo. Porque a rejeição é a designação para os amores não correspondidos.

Quem diz que é bom amar, talvez tenha toda razão. Mas a perde, quando não analisa o teor dos fatos da história; quando não pesquisa o enredo e a trama de cada personagem, a personalidade de cada vilão, o cenário o qual vivem e o seu possível fim.

Tudo se torna muito cansativo quando trabalhamos para a não obtenção de resultados. E quando entregamos de graça nosso sentimento mais valioso, ficamos fracos e infelizes.

Assim como os cachorros, que não escolhem seus donos, há circunstancias que não escolhemos quem amamos, pois isso simplesmente acontece. Sob essa ótica, conclui-se que dos ensinamentos divinos essa é a mais difícil etapa da vida, e talvez a chave para o amor incondicional, só dado pelas mães, amar sem ser amado.

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