domingo, outubro 10, 2010

Começa a saga... espero ter a mesma insPIRAÇÃO de hoje, para continuá-la.

Meu caso de amor platônico com Platão. I - já é manhã e eu não consigo esquecer nós dois juntos...

Como e quando eu conheci esse barbudinho danado, eu me lembro muito bem. Mas não sei se leitores querem saber de detalhes sórdidos. Na realidade, me apresentaram para Platonis, como diria Mussum, muitas vidas depois.


Foi um pastor que me apresentou a ele. E de fato, Platinho, a mãe dele o chamava assim, na hora do almoço, é verdade - no meio que eu vivia, era um incompreendido. Platão, era um cara boêmio... foi com ele minha primeira taça de vinho contemplando Baco, em um lugar que diferente de hoje, se podia fumar no coberto. Uma pena que ele não conheceu o Malrboro. Outra realidade.

Mas foi por causa, claro, de um religioso, sem dom nenhum para detalhar Platão (talvez porque o pastor, tivesse dogmas, e racionalizou o maior questionador de todas as eras, sem nenhuma ênfase do seu discurso evangelico) que eu o conheci, e vai saber, tenha sido por isso que eu o pesquisei dos pés a cabeça.

Descrever Platão para mim, que aprendi muito sobre ele pessoalmente, pois dividimos uma escova de dentes, conheci sua mãe, e com modéstia, ajudei a encontrar novos seguidores, traduzindo para os novatos de forma chula, o que ele quis dizer tão profundamente, precisava de momento e de energia. Eu gostei de Platão na primeira linha do seu discurso, exatamente, porque eu precisei de profundidade. Encontrei meu dogma, e aí enlouqueci, porque sem bóia de braço, fui do raso pro fundo de cabeça, e só não me afoguei, porque Baco, me buscou de canoa.

Eu não só eu me apaixonei por Platão - como nessa vidinha de hoje, vazia, com respostas prontas no Google, e conselhos que na verdade, eu sei que vêm dos biscoitinhos da sorte do chinês delivery -  eu boto a culpa nele pelo que sou hoje, uma matéria de carne cheia de perguntas sem sentido...

Platão foi único... eu me entreguei a ele, e ele lógico, sabia separar uma relação carnal da amizade, (foi triste, mas muito melhor, por causa da barba, e na época a sociedade era diferente, e ele quis respeitar uma discípula. Enfim, nunca confunda o real prazer, que obviamente, ele perguntou, - Narcisa, você quer mesmo correr o risco? ) ...e a grande magia terminou na única vez que eu dividi um pedaço de pedra - hoje conhecido como cama - com ele sob o luar ele me fez ver estrelas, quando me questionou o belo. Afinal, foi a primeira pergunta sem resposta da minha vida. E foi aí que sem o dicionário Aurélio do Seculo XXI, eu descobri o significado da palavra REFLEXÃO, na real, sério. O que é o belo amiga narcisa? Será que é a mesma coisa para nós dois? O que você admira quando se vê refletida nas águas do rio? Questionou do meu lado... Mas hoje.. onde está você Platão? Onde está sua reflexão? Sua sabedoria reflexiva? Onde estão seus discípulos encarnados na era da resposta e piada pronta? Aliás, Platão tinha um humor que me fazia cócegas... saudades...

E agora eu estou aqui em outra das muitas vidas, sem ninguém pra deitar numa pedra, e questionar comigo, o que é o belo... o certo e o errado. Me estimular e refletir e não me fazer sentir culpada, caso eu esteja errada. A vida que eu conheci Platão, eu tenho certeza que de todas as eras do conhecimento, a que mais foi refletida, e jamais será esqueida. E foi aí que o termo amor platônico nasceu. Foram nossas vidas separadas por muitas perguntas com respostas vazias. E hoje eu me pergunto, se Deus é justo, por que Platão não reencarnou e veio me encontrar? Porque alguma coisa nos homens fez que eles, por mais belas almas que tenham, continuem vivendo sem refletir sobre as palavras, meramente, que dizem?

Esse foi o encontro, numa outra hora, conto meu primeiro choque com a República.

Um comentário:

M! disse...

Meu Deus, diz que a ideia nova não é conversar com Platão ao invés da nossa amiga de Beauvoir! Diz, diz!!