quarta-feira, agosto 20, 2008

LIBERDADE DE IMPRENSA – Trecho do discurso proferido no Senado Federal por Machado de Assis em 11 de novembro de 1914.

"A mesma imprensa, que, livre para os que me acometem, é, igualmente, livre para os que me defendem. Necessário será sempre que as duas liberdades coexistam, a maligna e a benfazeja, porque é mister que a do mal sirva de estímulo à do bem. Porque, opostas restrições à liberdade ampla de manifestação do pensamento, não é a liberdade honesta a que prevalecerá: é a liberdade, sempre cara ao poder, a liberdade, o privilégio, o monopólio dos aduladores, dos mercenários, dos réptis.
(...)
Em toda a parte a imprensa tem a sua Saburra.
Não há sociedade sem prostituição.
(...)
Deixai a imprensa com as suas virtudes e seus vícios.
Os seus vícios encontrarão corretivos nas suas virtudes".

MANUEL ALCEU AFFONSO FERREIRA – Trecho do prefácio de "A Imprensa e o dever da verdade" de Rui Barbosa publicado em 2004.

"Ora, sabemos nós, esses vícios permanecem. Certamente não com a antiga desfaçatez, mas maquiados. Não só mais as verbas publicitárias distribuídas às escâncaras, nem principalmente elas. Providenciou-se a substituição pelos financiamentos estatais quitados com o apoio político, pelas anistias tributárias que pagam o noticiário laudatório, pelos incentivos concentradores da atividade jornalística a grupos monopolistas; enfim, pelas mil e uma artimanhas de que é capaz a engenhosidade dessa eficiente parceria entre alguns maus jornalistas e agentes políticos".

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