quinta-feira, maio 04, 2006

O "novo" público do trance

Há alguns anos (não muitos) o cenário trance era composto por pessoas que celebravam a festa por um motivo: o trance, o psy-trance, enfim, a boa música eletrônica, que não tocava com freuquência em todos os lugares.
Era um ponto de encontro onde as pessoas se reuniam para contemplar a natureza, ouvir boa música e encontrar pessoas que às vezes, só se via nesses lugares.
Mas de uns tempo pra cá, o cenário trance foi invadido pelos mais diversos tipos de fanfarrões, pessoas abusadas, traficantes meia boca que glamourizam o uso de drogas sintéticas, usuários pervertidos, bandidos de primeira linhagem estereotipados por bonés aba retas, menores de idade ensandecidos, e uma infinidade de seres bizarros.
Não que estes seres não mereçam uma oportunidade de conhecer a boa música e sentir a boa energia; contanto que não prejudiquem e não invadam o espaço alheio. Porém nem todas as pessoas estão conscientes, ou talvez não estajam preparadas para uma festa que tem como principal objetivo a música, a dança, a energia, o culto à natureza... talvez eu é que esteja ficando muito conservadora com relação a isso, mas é o que EU ACHO, e com certeza muitas pessoas também devem achar.
A invasão do espaço alheio, já se tornou fato nas festas: homens sebosos pegando no cabelo que não lhe pertence, pessoas passando mal na sua frente, etc., mas até aí, por que não criar um universo paralelo em meio à festa?
Agora, em termos prejudiciais, o negócio saiu fora de proporção! Alguns "seguidores" da boa música, estão pagando um preço muito caro por isso, aliás CARÍSSIMO!
Uma festa com uma mega estrutura sair por 40 pilas a entrada, 4 pilas a água e a cerveja, deve ter um justificativa coerente, além do grande porte de DJ's e investimentos. A justificativa? Seleção. Contudo, muitas pessoas ouvintes da boa música não poderão ir, enquanto o "novo" público, estará lá, sorrindo mordentemente, fumando até grama, gritando aos céus: EU TO LOCO, EU TO LOCO!!!! Sem lembrar no outro dia o que ouviram - tirando as chacotinhas*-, sem nem saber nem ao mesmo o que é uma transe, uma trancêndencia, enfim, o TRANCE.
Sem contar, que foi o "novo" público que difamou a imagem do que poderia ser chamado o "novo Woodstock", diante da mídia e de muitos pais protetores.
Não é a rave que droga seu filho, é seu filho que droga a rave.
O que me conforta, é que ainda existem aquelas pessoas que conhecem e contemplam o verdadeiro significado de uma festa rave, que sorriem com a alma, abraçam seus amigos e observam a natureza.
Namastê.

Nenhum comentário: